sábado, 18 de maio de 2019

Os Pecados da Nobreza



Aristocracia, s.f. Forma de organização social e política em que o governo é monopolizado por uma classe privilegiada; classe da nobreza; optimacia; casta; fidalguia; nobreza; distinção; superioridade. (VIANA, Moacir da Cunha, Dicionário escolar da língua portuguesa, 1970, p.43).

Introdução do livro de Amós

Amós era pastor de ovelhas em Tecoa, pequena cidade de Judá (ver 1.1), o Reino do Sul, mas foi chamado por Deus para anunciar a sua mensagem em Israel, o Reino do Norte. Isso foi lá pelo ano 750 a.C., quando Jeroboão II era rei de Israel e Uzias era rei de Judá. Durante longo reinado de Jeroboão II (783-743 a. C.), Israel expandiu o seu território e se tornou uma nação rica e próspera (2 Rs 14.23-29). Mas, no meio dessa prosperidade e luxo, havia ganância, opressão, suborno, exploração, falsa religião e desprezo total pela justiça. São justamente esses pecados que Amós denuncia nas suas mensagens. Ao que parece, Amós anunciou a maioria das suas mensagens em Betel, importante centro religioso situado em Israel (3.14; 7.13), e também em Samaria, a capital do país (4.1). SOCIEDADE BIBLICA DO BRASIL, Bíblia de Estudo NTLH, 2005, p.872).

A visão da cesta de frutas

O Senhor Deus me mostrou uma visão o seguinte: estava ali uma cesta cheia de frutas maduras. Ele me perguntou: - Amós, o que é que você está vendo? – uma cesta cheia de frutas maduras! – respondi.

Então ele me disse:
- Chegou o fim para o povo de Israel, que está madura, pronto para ser arrancado como uma fruta madura. Nunca mais vou mudar de ideia e perdoá-los. Naquele dia, em vez de canções haverá lamentações no palácio. Haverá tantos mortos, que os corpos serão jogados em qualquer lugar. Silêncio! Eu, o Senhor, estou falando. (Amós 8. 1-3).

Obs. Antes de mais nada quero esclarecer que quando Deus afirma que “nunca mais vou mudar”, isso se refere ao contexto que o capítulo está identificando. Por quê deixar isso claro? Porque os “intelectuais”, isto é, aqueles que se dizem “entendedores”, alega uma contradição em Deus. Portanto, é necessário tal especificidade a fim de desmascarar o que alegam conhecimento bíblico.

Voltando ao contexto. Então, Amós, estava condenando a causa da corrupção de Israel, uma vez que estavam diante da riqueza e luxo, e os pobres, vivendo sobre o manto da exploração de juros, tributos e dividas. Fazendo com que os pobres (humildes), se tornassem escravos. (8.4-5).

A dita nobreza quase sempre teve uma visão diferenciada com relação aos mais humildes, pois sem eles servindo-os, os seus luxos e confortos pode acabarem.

Isso já havia no antigo Israel, visto quanto mais tinham, mais queriam.

O povo vivia tão em necessidade que além de emprestarem dinheiro com a nobreza, às condições eram tão precárias que não conseguiam sequer comprar um par de sandálias.

Veja que o cesto de frutas na visão, simbolicamente representava uma fartura, uma vez que estava cheia das melhores frutas.

As frutas significavam o Israel no luxo e ganância.

Israel havia desenvolvido um sistema de tributo no intuito de explorar cada vez mais os necessitados.

A história quase sempre se repete.

História Medieval

Na história medieval o clero inventou “desígnio”, para se achegar a Deus.

“Na época desse antigo messias, estavam surgindo na Europa os primeiros traços do sistema feudal. As relações sociais e econômicas começavam a ocorrer basicamente no campo. Os camponeses estavam caindo em estado de servidão generalizada. A propriedade rural concentrava-se nas mãos de aristocratas [nobreza, ricos], que detinham o poder das armas, ou então de representantes da Igreja [Papas, Bispos e Cardeais], que detinham o poder das almas.” MACEDO, José Rivair, 1962 – Religiosidade e messianismo na Idade Média, 1996, p. 48 – editora moderna.

Segundo Macedo (1962), Na Idade Média, os cristãos eram considerados membros de “corpo” cuja “cabeça” era a Igreja. E que os cristãos deveriam permanecer nesta unidade que seja o corpo, e fora disso, ou qualquer divergência teológica em torno da fé vigente seria um perigo para a instituição.

Pois bem, seria um paralelismo do Israel passado? Amós, havia condenado que a “cabeça” (Israel), estava escravizando seus fieis (o povo), em suposta necessidade de mais dinheiro.

O caráter de Israel estava em contradição ao que Deus queria que eles fizessem. Não havia mais o assistencialismo, e vez disso, a arrecadação cada vez mais do monetário.

O clero (Israel), já estava rico, mas, isso não era o bastante. Cabia-lhe forçar uma sujeição arbitrária.

Sempre quando os senhores feudais (aqui estaremos definindo-os com esse termo a fim de sobrepor entre o povo), pertencentes da classe privilegiada (aristocracia), impõe condições quanto ao erário, adquirir mais e mais, não considere que isso pode ser mesmo para salvar almas; entretanto, preservar seu estado social, ou seja, conforto e luxo, e dos seus descendentes permanecerem no poder.

O sistema mudou, porém, não se transformou. Agora não há tantas heresias, mas indução psicológica.

Quanto mais se der, mais será abençoado. Esse é o sistema!

O Israel não estava preocupado com o seu rebanho. O pasto era muito bom, pois o capim crescia cada vez mais e não poderia ser comido pelos seu rebanho.

Contudo, não podemos esquecer que em meio ao campo sempre haverá uma arvore que cresce, que produz frutos.

A colheita do Israel era muito boa pra eles, mas podre para Deus.

Os necessitados não eram vistos pela classe nobre. Eram rejeitados e explorados com a maldição do querer cada vez mais e mais.

Maldição esta que o jovem rico tinha tudo de riqueza e era cumpridor da lei divina, mas rejeitou ajudar os pobres.

Jesus Cristo toca-lhe no que ele achava de mais precioso, o luxo e conforto.

Jesus expõe sua verdadeira necessidade. Jesus introduz a causa que o impediu de alcançar a salvação.

Jesus Cristo queria libertá-lo do amor a riqueza.

Segundo Lobo (2017), o chamado primeiro estado era uma classe privilegiada no contexto medieval e era dito como a nobreza. Da sua composição estava com uma cerca de 130 mil componente, e gozava de grandes regalias, tais delas como a isenção de impostos e o direito à cobrança de dízimos. (LOBO, A.M.C., Percursos da História Moderna, 2017, p.211).

Você consegue enxergar alguma semelhança hoje? Pode ser que não com outrora, porém, com um sistema psicológico: dar para receber.

Lobo (2017), mostra que segundo o historiador Hobsbawam (2003) a nobreza na Idade Média era composta entre 350 e 400 mil indivíduos, e era considerada a “primeira linha da nação”.

Eram considerados os “chupas cabras”, ou seja, os que impunham todo o sistema feudal, isto é, que paga tributo (imposto).

“Portanto, o Senhor, o Deus a quem o povo de Israel louva, faz este juramento: - Nunca esquecerei aquilo que o meu povo tem feito. Por causa disso, a terra tremerá, e todos os seus moradores chorarão de tristeza.” (verso 7 e 8).

Embora Deus, esteja usando um aviso de iminência que haveria de vir, o foco não era para seu povo humilde, mas, aos líderes, ou seja, a nobreza.

Se você for um observador da Palavra de Deus saberá que o Senhor se preocupa com os pobres. Tanto é verdade que seu Filho veio neste mesmo estado.

A nobreza (a classe eclesiástica), não precisa de mais nada, pois já os têm.
Veja que no passado o governo agia de forma opressora caracterizada pela força e escravidão. Hoje o sistema pode ser definido como sofismo ou sofista. Do grego sophós, “sábio”, ou melhor, professor de sabedoria”. Posteriormente o termo adquiriu o sentido pejorativo para denominar aquele que emprega sofismas, ou seja, alguém que usa de raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção de enganar. Sóphisma significa “sutileza de sofista”. ARANHA, M.L. de Arruda, Filosofando introdução à filosofia, 2009, p.151).

Então, constatamos que na atual contemporaneidade o que importa é a opinião dos tais “doutores do saber”, quanto a forma de seguir o manual imposto na forma religiosa em contradição e contrafação dos escritos escriturísticos.   É uma verdadeira doxomania, ou seja, paixão ou mania de adquirir glória. É uma glória velada sobre o manto de está fazendo a coisa certa.

O rico de que se apresentou a Jesus não sabia disso, não compreendia da sua “glória”, achava-se por ser nobre haveria de ter um privilegio, uma vez que tendo riqueza e sendo cumpridor da lei não precisaria de admitir mais nada em si.

Veja, o rico não estava explorando ninguém como fazia o Israel, a Igreja Medieval e a Igreja contemporânea, contudo, foi repreendido.

A repreensão muitas vezes vem de onde menos se espera. As vezes não queremos crer que estamos sendo induzidos, uma vez que nos achamos muito santos.

O povo antigamente numa “religião/seita”, sectária, ou seja, partidária e intolerante queria acreditar que estavam certos do que outrora faziam.

A chamada Ku Klux Klan segundo Segnier (2011), eles possuíam um credo aceito pelos seus iniciados que dizia o Credo: “Creio em Deus e nos principio da religião cristã. Creio na separação perpétua da Igreja e do Estado. Creio que o amor das ‘Stars and stripes’ [bandeira americana] vem logo após o amor de Deus. Creio na escola livre e pública como pedra angular de todo bom governo. Creio na supremacia integral da raça branca. Creio na necessidade de proteger a pureza e a virtude femininas. Creio na necessidade de limitar a imigração. Creio que relações mais estreitas devem ser estabelecidas entre o capital e o trabalho. Creio que meus direitos de americano nascido neste país devem prevalecer sobre os dos residentes estrangeiros.” (SIGNIER, J.F. E THOMAZO, R. Sociedades Secretas Políticas Vol. III, 2011, 203 – Editora Larousse).

Percebeu? Os valores podem até parecer serem bons, mas na verdade o sistema “nobre” neste contexto, da K.K.K., é totalmente contrário ao aspecto da chamada assistência humana.

Eles estavam preocupados não somente em si estabelecerem como fator racial, entretanto, em posição de força financeira como bem tratado pelo autor.

O sistema financeiro perverteu-lhes o dogma no sentido de caráter.

O amor ao dinheiro segundo a Bíblia é a raiz de todos os males.

Deus, através do Profeta Amós já havia condenado Israel, pois já escravizava o seu povo, e, portanto, não haveria mais retorno; deveria agora sofrer o castigo resultantes das ações que estava acontecendo. A terra sofreria o clamor dos pecados de Israel. Temos que levar em consideração, será que hoje o sofrimento do povo brasileiro, não seria o porque da nobreza (políticos), estarem usufruindo do erário com tributos e impostos arrecadados demais? Dá para pensar nisso!

A corrupção do Brasil cresceu a tal ponto que não é mais uma coisa individual, contudo, um fator generalizado.

História Moderna

A revolução francesa aconteceu justamente por causa desses fatores: pobreza, impostos, tributos, fome, riqueza, imposição, aristocracia, nobreza etc., são muitos os fatores.

O levantar dos pensadores, tais: John Locke, Voltaire, Descartes, Immanuel Kant, etc., trouxeram um tipo de libertação quando entra no campo da razão crítica. Envolvidos pelo ideal do sujeito pensar por si mesmo, foi que resultou num posicionamento de batalha.

“Assim como sem subsistência não pode haver homens pode também sem eles subsistir agricultura, que é a chave mestra com que se abrem os tesouros mais seguros da subsistência. Pouco e informe [inexpressivo] trabalho, feito por escravos inertes [inativo] em as terras da nossas colônias do Brasil, fazem bem ver e demonstram nessa capital o quanto nelas são ricos os tesouros da subsistência e deixam pensar  que se foram cultivadas como deveram, elas prodigalizariam [conceder em abundância] à proporção do trabalho que nelas se empregasse. A preguiça, porém, e a preocupação dos colonos não lhes permite a precisa cultura para poderem tirar delas abundante subsistência e aumentarem, por este meio, a população, e assim vemos que a falta de deliberação dos homens é a causa da remissão [falta de rigor] das terras. (VILHENA, Luís dos Santos. Pensamentos políticos sobre a colônia. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional Ministério da Justiça, 1987, p. 57).

É bom que se diga que os escravos (negros), nesta época já trabalhavam demais e ainda são considerados como inexpressivos, inativos e preguiçosos. Tudo por causa, a fim de adquirir riquezas. Não podemos também esquecer que quando os “descobridores”, portugueses e espanhóis adentraram nas terras dos basíles, estavam à procura de ouro e prata, isto é, riqueza.

A exploração era demais, primeiro com os índios, mas eles rebelaram-se, após, negros trazidos da África.

Tudo por causa do fator econômico que a nobreza junto com o clero (classe eclesiástica), queria impor desde da Europa às Américas, uma vez que a ganância era constante no meio.

“– Está chegando o dia que mandarei fome pelo país inteiro.” (verso 11).

 Seria o desemprego de 13 milhões ou mais de pessoas? Pode ser!

O invocar do profeta Amós esteve contra Israel, visto eram eles que causavam o sofrimento do povo. Hoje, mesmo a liderança usufrui de estabilidade no aspecto pessoal, mas economicamente, não.

A economia pessoal do povo está um caos – dividas. Pagasse uma conta e fica outra para trás. Quando se quita, aparece outras.

É comum pensar que cada um faz por si, e quem não fez é que não se preparou. Os costumes ao que parece favorecem a classe descendentes.

Os filhos dos empresários estarão nas melhores escolas e universidades.

Os filhos dos pastores, estarão nos melhores colégios e frente a empresa, sim, Igrejas.

Os filhos dos políticos seguiram seus pais no contingente parlamentar.
Assim segue os que se dizem: “plantei muito agora colho os frutos.” Israel, sua hora está chegando!

Toda revolução, toda guerra, começa por uma causa. Se o povo vive em aflição, uma luta poderá surgir ao que parece do nada. O nada pode ser tudo que se precisa para um começo.

Quando do Pedro I sentiu-se desprivilegiado por causa dos políticos diante da Província portuguesa, “No Brasil, entretanto, começava a haver a organização da defesa nacional. Não havia ainda propriamente um movimento da independência, mas já era muito lúcida a posição de defesa intransigente dos nossos direitos.... [surge então], o Diário do Rio de Janeiro; e este pequeno jornal de anúncios e comércio, marcava a presença da imprensa na atuação política... o Revérbero Constitucional Fluminense, regido pelo padre Januário da Cunha Barbosa e por Joaquim Gonçalves Ledo, que marcaria profundamente esses dias. Outras forças agiriam também como coordenadoras. Uma delas seria a maçonaria. A 24 de junho, na casa de José Domingues de Ataíde Moncorvo, reabria-se a loja Comércio e Artes.” (COSTA, P.P. da Silva, A Vida dos Grandes Brasileiros – D. Pedro I, 2003, p. 95).

Pois bem, consideramos que em busca da liberdade como já admitimos, em frente a opressão, por trás havia outros lutando pela emancipação.

Emancipação do povo de Israel estava prestes a vir; mas isso não significava que eles não iriam sofrer juntos.

Os pecados das classes ditas, nobres, afetam seus “subordinados”. O influxo pode trazer para uma comunidade os resultados pertinentes das desventuras daqueles que encintaram.

O encômio proveniente de suposta rebusca bíblia causa um efeito psicológico nos irmãos sem precedentes, ou seja, inculcamento marmórea.

Mesmo que se prove o contrário, como a mente está em pedra fixada e concretada, não será aceita por aqueles que tentam mostrar o porquê isso tá acontecendo.

Israel bem como o rico não entendia das suas necessidades que era o fator da rejeição de Deus.

O bem está da nobreza não lhes afeta no sentido de compreender o quão pode está indo no caminho errado.

Mesmo que outros sofram das suas consequências, um poder poderá está se levantando no escuro da não observação.

O paralelismo aqui feito pode muito bem servir de constante cautela para todos nós, pois somente aqueles que estão nas causas e efeitos pode saber o verdadeiro significado do que é sofrer.

Conclusão

Pense numa agricultura sem trabalhadores e sem “escravos”, o que poderá acontecer quando surgir a necessidade.

Pense numa Venezuela mantida por um sistema autoritário e em busca de libertação da nobreza (Maduro e seus comparsas).

Pense num povo invadindo um sistema outrora que ocorreu havia na morte de Charles I, decapitado, por querer trazer o absolutismo a população e impor uma religião.

Pense que a nobreza pode causar uma inflação sem precedentes resultado dos gastos particulares donde gozar vantagens relativas nas más administrações corruptas.

Pense que não é só porquê esteja no poder que num futuro próximo poderá ser condenado ou até cair todo o parlamento e aprisionados pode se achegar a ter.

E por fim. Pense num Deus que sendo poderoso poderá mudar todas às circunstâncias de vida que a nobreza vive e transformar todo um sistema em função da desobediência; e por tratar o povo como assim como o antigo Israel, “tomar dinheiro emprestado para comprar um par de sandálias”.

Ouve, oh Israel, os pecados da nobreza! [G].

 Um blog abaixo da média, mas desafiando a lógica.

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