No homem existe uma vontade inerente que é de está bem, pois
é isso que em muitos dos casos o faz feliz. Almejar é viver sobre um propósito
que se exprime no querer conseguir. Sonhamos com muitas coisas, e neles rebuscamos
das nossas necessidades.
Queremos casas, carros, bens materiais e ao que parece uma
infinidade de coisas. Pinta um anseio louco em possuir de tudo.
Claro que para isso, o dinheiro se faz importante. Conquanto
os sonhos existam, e os valores que damos a eles, é de necessidade em adquirir o
que nos parece importante a fim de uma demonstração que lutamos e alcançamos
algo em quase tudo. Por frequentemente nosso dinheiro fica por vezes no nosso
comando como um rei.
Esquecemos daquela necessidade que nos fazem grandes, a
humildade.
Nosso valor não está nas coisas que possuímos, mas como somos
diante de Deus.
Certa vez Jesus chama a atenção dos seus discípulos:
Jesus estava no pátio do templo, sentado perto da caixa das
ofertas, olhando com atenção as pessoas que punham dinheiro ali. Muitos ricos
davam muito dinheiro. Então chegou uma viúva pobre e pôs na caixa duas
moedinhas de pouco valor. Aí Jesus chamou os discípulos e disse:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: esta viúva pobre deu
mais do que todos. Porque os outros deram do que estava sobrando. Porém ela,
que é tão pobre, deu tudo o que tinha para viver. (Marcos 12.41-44).
O paralelo que quero fazer com você, não se restringe no fato
de dar, mas na ação daquela pessoa.
A preciosidade que envolveu foi que ela além de ser pobre era
humilde.
Enquanto muitos se rogavam de possuir muito, e, portanto,
ter, o orgulho era que podiam fazer sobre o pretexto que vissem que tinham o
que oferecer.
Muitos hoje acreditam que são melhores é porque possuem muito.
A posição que ocupam fortalece muitas
vezes este fato.
O panorama que Jesus quis mostrar aos discípulos era que não
havia importância naquilo que os outros estavam fazendo, uma vez que tinham
para fazer, enquanto ela não.
Não havia nela mesquinhez, nem tão pouco avareza, pois deu
tudo que possuía.
É fácil ofertar daquilo que temos, entretanto, dar sem ter é
que nos mostra o verdadeiro objetivo.
Observe que não estamos falando de possuir dinheiro, mesmo
que embora pareça. Estamos alegando o resultado daquilo que nos encontramos.
Existe uma luta em obter mais e mais a qualquer preço. O que assistimos
hoje em dia é uma perversão.
A perversão sintetiza em fazer de “tudo”, para alavancar seus
designíos.
A vontade em conseguir algo perpassa todos os valores morais
existentes.
Veja que assim como no passado, o que mais se aproxima de
valores adquiridos, acreditam que são os melhores.
Os fariseus, saduceus etc., queriam assentassem na frente e
nos melhores lugares. A advertência de Jesus se traduz que não são os bens que
uma pessoa possui que há respeito diante de Deus. A atenção que impôs sobre
aquela mulher foi não só sobre questões de possuir, mas muito mais como eram a
representação daqueles que se envolviam no templo.
Você pode pensar que eram os barulhos que faziam ao expor das
suas moedas caindo nas treze caixas, uma vez que assim faziam para serem
vistos. O que mais preocupou Jesus foi que em razão de serem mestres e doutores,
bem como o orgulho que estavam em caricaturas de se passarem por bons.
A humilde estaria longe quando o apresentar era mais
importante.
E quão importante é para muitos a apresentação. Não são
aquelas que trás o verdadeiro significado das coisas, mas o fato que envolve o
sujeito.
... Humilde é Deus, que é rei do Céu e da Terra e de tudo quanto
existe, porque todas as vezes que o homem deseja ver e falar com Ele, pode
vê-Lo e dizer suas necessidades. Este rei não tem porteiros aos quais o homem
tenha que dar dinheiros [o dinheiro (no original diner) era a moeda de prata (diners,
do latim denariu (denario), antiga moeda romana de prata). GGL, vol. II. 1983,
p.141)]., conselheiros que, por dinheiros, façam maldades e enganos, nem
acredita em nenhum homem adulador, nem faz magistrados, juízes, bailios [Na Catalunha,
a justiça era exercida pelo viguier, enquanto o bailio (bartlle) administrava o
patrimônio real. Em latim clássico, bajulare significa “carregar nas costas”, e
bajulus “carregador”. Em francês medieval bailir (no sentido administrar), no
Sul bajulurs e no Norte bailli, baillivus, com o sentido genérico de
administrador, servidor. Ver Bernard GUENÉE, o Ocidente nos séculos XIV e XV.
Os Estados. São Paulo, EDUSP, 1981, p. 154-155 – Ricardo da Costa], ou
procuradores que sejam orgulhosos, vangloriosos, avaros, luxuriosos e
injuriosos. Bendito seja um rei como este e todos aqueles que o amam, o
conhecem, o honram e o servem!
E o faltar é que distinguir-se a criatura.
O aparecer e parecer não é o ser original.
A igreja no passado não venceu sobre o manto do possuir e
arrogância do que tinha e podia ter, mas do fortalecimento dos corações em
busca da sinceridade e humildade. A diversificação dos cristãos havia, embora
pareça uma distinção para os resultados, a imbuição verificada sintetizava-a na
busca do comum acordo.
Não parecia que eles ao receber o Espírito Santo, lhes
envolviam os corações em buscar valores financeiros.
Não havia nem neles e nem naquela mulher viúva a caricatura
do reinar sobre si mesmo.
As posses que por sinal, já não representavam nada naquela
conjuntura.
O olhar em suma, era em buscar o chamamento de Deus.
Claro que para aquele que não acredita no divino parece fazer
longe esse significado.
Veja bem, não é porque o usufruir de Deus que tem como caso
importante para o cristão, que o ser humano não possa adquirir os fundamentos
da dignidade quanto ao aprimoramento das aceitações de hábitos relevantes
possam tê-los.
Todos concordam que é necessário o amor para um bom convívio,
não é? Não depende ser cristão a fim de possuí-lo.
Todos comem, dormem, tomam banhos, etc.; acariciam seus
filhos, gatos, cachorros e esposas e amigos, não é? Sim. Todos fazem!
Então, mas isso não quer dizer que somos iguais em outros
campos. Entretanto, adquirir algo é uma questão de escolha.
Escolher é uma questão de querer. O vendedor procura meios
para vender. Nenhum deles não se sujeita ao preço, prazo, promoção, desconto
etc., todos acariciam esses propósitos no intuito a fim de efetivar a venda.
O problema é que em vez de humildade, alguns anelam assumir
um ar de despotismo (tirania, autoritarismo), assim como os fariseus da outrora.
Observe que aconteceu a organização do Estado brasileiro:
A independência havia sido feita por um grupo restrito de
grandes proprietários de terras e comerciantes que se opunham às pretensões
recolonizadoras portuguesas – esboçadas a partir do retorno de dom João VI a Portugal
em 1821 – e não desejavam nenhuma alteração na estrutura socioeconômica do país. Defendiam,
sobretudo, a manutenção da grande propriedade e da escravidão, a fim de garantir a
continuidade de seu domínio econômico e político.
Havia uma veneração na riqueza e a continuação do poder
autoritário.
Assim como no passado, nas camadas farisaicas, portuguesas/brasileiras,
assim como hoje, a pretensão é a mesma.
Está escuro, um escuro absoluto, sem transparência, não
porque durmo um sono vazio, sem sonhos; não porque esteja morto, mas porque
estou cego, eu sei.
Escuto uma voz que quero desesperadamente acreditar ser de
alguém que não eu mesmo, mas ela é minha e, com uma pausada certeza, diz-me: “Não
estás morto, tampouco dormes, estás apenas cego. O surdo silêncio que ouves ao
fundo é a tua herança, é o que herdastes do mundo que a pouco se extinguiu. Tu
és herdeiro universal, pois não há mais homens, no entanto, ainda permaneces
vivo em meio a este vazio. Nada podes fazer, estás cego e sem mundo; e és dono
de todo o resto.”
A cegueira pode ser espiritual, mas pode ser uma surdez
profunda que não consigo ouvir que não sou nada.
Sou uma marica (medroso), e não quero acreditar que pertenço
numa classe que num futuro vou desfalecer. Me acho o poderoso, o digno de
aceitação pelos meus escravos, pois sou dono desse feudo.
Conjuro-me no grande intento, vou trancar meus subordinados;
e com isso, eles não têm reações.
Pois bem, não passamos de miseráveis e indignos diante dAquele
que possui tudo. Não somos humildes.
Somos fantoches da vida fatídica que um dia vai nos resumir a
pó.
E quanto esse, nos saem um odor pérfido onde aparecem vermes.
Todavia, continuamos nos achando donos do eu, ego, do
absoluto, porque somos o que somos.
Possuo moedas de prata, ouro e diamantes. Já há em mim, os
sabores de comer nos grandes restaurantes, andar nas grandes avenidas, da
paulista, Nova Iorque, etc.
Sei que sou governador, teólogo, mestre, doutor e tudo mais.
Possuo conhecimento, cito Romanos 14.5 e 6, para afirmar: “Um
faz diferença entre dia e dia, mas o outro julga iguais todos os dias.”
Parecendo que isso quer dizer que não se deva guardar o sábado.
a) Paulo não diz que todos os dias são iguais. A palavra iguais
está em grego, porque não se encontra no original grego e foi acrescentada por
Almeida.
b) O dia aí mencionado não é o dia repouso semanal, porque o
mesmo apóstolo, em sua epístola aos Colossenses (2.16), tratando do mesmo
assunto (pois o mesmo problema surgira naquela igreja) nos esclarece que são ‘dias
de festa’. E em Gál.3.10, abordando o mesmo problema, Paulo menciona ‘dias’, e
meses e tempos e anos’. Quer dizer que eram dias de festa, os feriados anuais e
mensais, como a páscoa, pentecostes, o dia da expiação, a luas novas, enfim, dias
regulados pela lei cerimonial. Por quê? Porque, embora abolidos na cruz, esses
dias, os judeus neófitos na fé, recém-convertidos (judaizantes) não se desvencilharam
deles de pronto; queriam observá-los e ainda julgavam os cristãos vindos do
gentilismo por não os observarem. Diz o comentarista Adão Clarke: “A referência
aí feita [à palavra dia] se prende a instituições judaicas, e especialmente a
seus festivais, tais como a páscoa, pentecostes, festas dos tabernáculos, lua
nova, jubileu, etc.... Os gentios convertidos... consideravam... que todos
estes festivais não obrigam o cristão. Nós os tradutores acrescentamos aqui a
palavra iguais, e fazemos o texto dizer o que, estou certo, jamais foi
pretendido, isto é, que não há distinção de dias, nem mesmo do sábado.” (Clark’s
Commentary, Rom. 14.5).
Rogo que tenho cientificidade
a fim de que não me venha com contestação. Não se assemelha essa razão?
Quanta arrogância farisaica. Quanta ‘riqueza’. A aspiração
não pode ser debelada aos outros que veem.
Jesus mostrou aos discípulos a diferença dos poderosos e da
humilde viúva. Ela via com riqueza do que lhe impuseram, uma vez que deu tudo
que tinha.
A questão não estava na prosperidade, embora pareça ser
quando se tem mais para oferecer, mas na política.
Mesmo se dando mais e quanto mais, isso não impede que não há
usuras quando homens pertencentes as classes mais abastadas dão.
O volume das moedas ao cair nas caixas daqueles que arrojavam
para si um ar de superioridade, não os igualmente comparava-os aos sinceros.
Há uma grande diferença em possuir bens e ser honestos no
sentido de sinceridade para com Deus.
O que estava e sempre estará é o jogo de posição. Possuir
mais na vista humana, apresenta que são mais abençoados; e isso, não é verdade.
A manipulação dos fatos que nos trazem são mudanças no que realmente
são às coisas para com Deus.
Quando se está com sinceridade diante de Jesus mesmo sendo
pobre como a viúva, não há fracasso.
O problema é que muitos pregam sobre o estabelecimento de
poderes no sentido de predicado do possuir.
Mas veja que somos chamados como filhos de Deus. Portanto, um
rei possui príncipes. A questão não se resume aos fatores terrenos, mas
celestial.
Qualquer que seja a interpretação que fazem sobre bens no âmago
de trazer como resultados de alcance dos favores de Deus, é errado sobre à
ótica escriturística.
A imperfeita observação dos valores existentes na sociedade e
na governança nos trouxeram problemas. Reparem nos primórdios da revolução
francesa.
A maioria das revoluções dar-se-ia em função das divisões erradas
que faziam seus governantes diante do povo.
Veja que não estamos defendendo uma ideologia de igualdade no
sentido oriundo de programas de ajuda.
O que invocamos é a disciplina cega e total direção aos
valores monetários.
É óbvio que não estamos contra às riquezas no geral, pois
estaria em contradição até aos governantes de Israel.
O que se prever são usuras, o amor as riquezas. Aquela onde o
mais importante fundamenta em que impeça o sujeito de se achegar a Deus.
Os judeus fariseus criam que o dinheiro que davam podia agradar
a Deus, pois despejavam horrores em barulhos nas ditas caixas.
O que Jesus simboliza no ato daquela mulher é que a
quantidade não resulta na aprovação do Pai – eterno.
Sabe-se que na era feudal se lutava muito por causa de
heranças e riquezas, esses eram um dos fatores, mesmo que eram costumes e por
terem vindos de descendentes de bárbaros.
Aqueles que conhecem a história entende que posições e
riquezas envolviam domínios constantes. Até hoje as ambições dos homens nos
trazem tais atitudes arbitrárias contra a população.
Temos que fazer uma distinção do que seja melhor,
principalmente quando se trata do comércio que nos trazem riquezas.
Depois da subjugação dos fenícios, os gregos tomaram para si
o comercio fenício, já bastante desenvolvido, e levaram-no a progresso ainda
maior. Navios mercantes grego navegavam o mar Negro, visitavam a Ásia Menor e
percorriam as costas do Mediterrâneo.
... Intenso comércio desenvolveu-se entre a metrópole e as
colônias...
Embora tendo domínio sobre nações, os gregos não se restringiam
em negociar com outras nações. E haviam doenças? Claro que sim.
O magno Alexandre o grande, enfadado, replicou-lhe logo arrogantemente: E eu
também preferiria o dinheiro à glória, se fosse Parmenião; sou, porém,
Alexandre, e se não estou enganado, sou rei, e nada tenho que vender, minha
fortuna, menos de que outra qualquer coisa. Se julgas conveniente a restituição
dos prisioneiros, serão restituídos; será, porém, mais honroso e louvável entrega-los
sem resgaste, do que recebendo dinheiro. Todos se curvaram à sua opinião.
É verdade que ele queria o domínio do “mundo”, mas seus
conselhos perante dinheiro eram de uma grande admiração.
Era rico o que impunha a espada, era o domínio de nações que
almejava. Mas veja bem, em algum momento houve o fracasso no que tange a perda
da guerra.
Isso nos serve de alerta quando queremos demais. Alguns a fim
de obter vantagens agem de igual modo, querendo a todo custo.
O fim pode haver à sua queda, uma vez com se diz o ditado: “foi
demais ao pote.” O paralelismo apresentado se traduz o mesmo ao referido
templo.
Pensavam que suas posses haveriam de agradar a Deus. Assim
que Jesus chama atenção dos discípulos, a tradução restringe-se que das suas
riquezas D’us não está interessado.
Jesus estava peneirando que eram realmente sinceros. O homem
pode enganar outros homens com suas intenções obscuras, sem luzes, mas a D’us,
ninguém, uma vez que conhece nossos pensamentos.
“Donde me conheces tu? – Jesus respondeu: Antes que Filipe te
chamastes te vi eu, estando tu debaixo da figueira.”
Não se pode esconder-se e nem ofuscar seus propósitos diante
dAquele que sabe e vê tudo.
Referências
1)
LULIO,
Raimundo, O livro das Bestas, p. 65, 2006 – Editora Escala
2)
DEL
PRIORE, Mary, Documentos de História do Brasil de Cabral aos anos 90, p.39,
1997 – editora Scipione
3)
KOMATSU,
Henrique, A Igreja de Pedra e outros manuscritos, p.37, S/D
4)
CHRISTIANINI,
A.B. Sutilezas do Erro, p. 191 e 192, 1981 – Editora CPB
5)
CARVALHO,
Cibele, História Medieval, p.68, 2016 – Editora Intersaberes
6)
KAISER,
Bruno, 1000 Anos de Descobertas, p.59, S/D - Editora Edições Melhoramentos.
7) ZAMA, Cezar, Os três grandes capitães da antiguidade – Alexandre, p.55, 1987 – Editora Biblioteca do Exército.