Esmirna ficava numa cidade portuária com
aproximadamente 200 mil habitantes. Hoje se chama Izmir, uns 65 km ao norte de
Éfeso; uma das cidades mais antigas do mundo.
Esmirna era muito conhecida por sua
comunidade acadêmica e pelos seus templos.
Seu nome tinha um grande significado “mirra” um perfume aromatizado que
era também usado para embalsamamento.
Uma cidade que representaria, à igreja dos
pais apostólicos do segundo e terceiro
séculos, como também conhecida por ser
perseguida, porém vitoriosa.
Quanto à igreja de Esmirna, ela foi
administrada por um pastor chamado Policarpo, que fora discípulo de João, o
discípulo amado, o mesmo que escreveu o Evangelho e o livro do Apocalipse, que
estudamos.
A igreja de Esmirna parece ser pobre, mas
Jesus a considera rica a seus olhos e diz: “Conheço a tua tribulação, a tua
pobreza, mas, de fato, são ricos. Sei que aqueles que afirmam que são judeus,
mas não são, falam mal de vocês. Eles são um grupo que pertence a Satanás”.
(Apocalipse 2.9).
E um pouco antes, Jesus, se apresenta como
já havia experimentado o sofrimento e outrora vencido. E mostra nessa carta, “Estas
coisas diz primeiro e o último, o que esteve morto e tornou a viver”. (Apocalipse
2.8). O surgimento após a sua morte, ressuscitando, como o dono da vida.
Perceba que sua apresentação nessa carta
para à igreja de Esmirna, ser parecida, à que proferiu as irmãs de Lázaro: “Eu
sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra viverá”. (João
11.25).
A História nos mostra que Trajano (98 – 117 d.C.);
perseguia os cristãos e mandava tortura-los e executá-los. Mas, não ordenava
que esses cristãos fossem procurados. Já Marco Aurélio (161 – 180 d. C.), era
um grande opositor dos ensinos cristãos e colocava à culpa das tragédias
naturais neles. Enquanto Septimo Severo (202-211 d. C.); proibia a conversão ao
cristianismo; e Décio (294-251 d. C.), tentava a todo custo, obrigar os
cristãos a queimar incenso ao imperador, e buscava o retorno do paganismo. Em
contrapartida, Valeriano (257-260 d. C.), Confiscava as propriedades dos
cristãos e não admitia que eles se reunissem para adoração e louvor. Enquanto
Diocleciano Galério (303-311 d. C.); era o mais horrendo perseguidor dos
cristãos. Tanto que, destruía os templos, os livros queimando-os, e não
atentava há nenhum direito civil dos cristãos; como também exigia o culto ao
paganismo ser obrigatório.
Muitas eram as dificuldades da igreja
naquela época. Além da perseguição estadual, ainda havia às heresias, do
judaísmo e do paganismo. Talvez por isso dito: “Sinagoga de Satanás” à qual
Jesus se referiu.
Justino Mártir (100-165 d. C.), junto com
outros cristãos da época, que morreu decapitado em Roma, foram eles que levaram
a mensagem em defesa da fé, com uma ‘apologética cristã’ ensinada por Jesus e
os Apóstolos. Eusébio disse: “Vimos com os nossos próprios olhos as casas de
oração ser totalmente destruídas e as sagradas e divinas Escrituras serem
condenadas às chamas. Observamos enormes multidões sendo decapitados ou torturados
pelo fogo; as espadas assassinas chegaram a perder o fio, enfraquecendo e
quebrando-se; os próprios verdugos se cansavam e tinham que ser substituídos
por outros”.
A igreja estava sobre fortes ataques, por
muitos adversários. E diante parecer fraca e pobre; na verdade, era poderosa e
rica. (Apocalipse 2.9). Rica no cuidado das Escrituras Sagradas, como nos
testemunhos verdadeiros dos seus discípulos; que se tornaram mártires.
Deus permitia-lhes à provação, porém dava-lhes
forças para vencerem tais sofrimentos. “Não temas as cousas que tens de sofrer.
Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes
postos à prova, e tereis tribulação de dez dias”. (Apocalipse 2.10). Jesus
estava alertando-os que não deveriam temer; pois, sua igreja iria vencer essa
tribulação, que era somente passageira.
Policarpo ficou muito conhecido pela sua
oração humilde e testemunho, que transcrevo aqui: “Senhor, Deus Onipotente, Pai
de Jesus Cristo, teu Filho predileto e abençoado, por cujo ministério te
conhecemos; Deus dos anjos e dos poderes; Deus da criação universal e de toda a
família dos justos que vivem em tua presença; eu te louvo porque me julgaste digno
deste dia e desta hora; digno de ser contado entre teus mártires, e de
compartilhar do cálice de teu Cristo, para ressuscitar à vida eterna da alma e
do corpo na incorruptibilidade do Espírito Santo. Possa eu hoje ser recebido na
tua presença como uma oblação preciosa e aceitável, preparada e formada por Ti.
Tu és fiel às Tuas promessas. Deus fiel e verdadeiro. Por esta graça e por
todas as coisas eu te louvo, bendigo e glorifico, em nome de Jesus Cristo,
eterno e sumo sacerdote, teu Filho amado. Por Ele, que está contigo, e o
Espírito Santo, glória te seja agora e nos séculos vindouros. Amém! (Bettenson,
H. – Documentos da Igreja Cristã – ASTE – Sociedade Religiosa Edições Simpósio –
págs. 37 a 43).
No final de tudo, uma garantia de vitória
e recompensa para aqueles que são “homens dos quais o mundo não eram dignos”.
Homens que estão relatados como, “homens de fé” (Hebreus 11.36-40); onde
poderão ter à certeza do Senhor: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da
vida”. (Apocalipse 2.10). E terá à garantia de suas lutas: “O vencedor, de
nenhum modo sofrerá dano da segunda morte”. (Apocalipse 2.11). Uma promessa aos
mártires.
Conclusão: Como “mirra” exala o cheiro
suave, e seu perfume se manifesta em todos os lugares, por ser forte e
concentrado, assim deve ser o cristão! Exalando o aroma do cheiro do Senhor,
que os qualificam para o Seu exército.
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