quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Trindade: um dogma de Constantino?


Rodrigo P. Silva, doutor em Teologia 
Professor de Novo Testamento no Salt, 
Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP 
Resumo: Grupos antitrinitarianos dissidentes do adventismo têm alegado que a doutrina da 
Trindade foi formulada no Concílio de Nicéia (325 d.C.), sob a influência do imperador 
romano Constantino. O presente artigo demonstra a existência de várias alusões à Trindade 
já nos escritos dos Pais da Igreja pré-nicenos. O autor analisa o significado histórico daquele 
evento e seus antecedentes teológicos, bem como o real papel de Constantino no processo. 
Abstract: Adventist offshut anti-Trinitarian groups have claimed that the doctrine of the Trinity 
was formulated at the Council of Nicea (A.D. 325), under the influnce of the Roman emperor 
Constantine. The present article demonstrates the existence of several allusions to the 
Trinity in the writings of the ante-Nicean Church Fathers. The author analyzes the historical 
meaning of that event and its theological antecedents, as well as the real role of Constantine 
in that process. 
Introdução 
Entre os vários ataques produzidos por movimentos antitrinitarianos está o argumento 
histórico de que a Trindade é fruto do Concílio de Nicéia e constitui, portanto, um dogma de 
Constantino. Tal alegação pode ser encontrada tanto em sites da Internet quanto nos 
materiais publicados por grupos dissidentes do adventismo. 
Em matéria veiculada pelo site www.adventistas.com, Ennis Meier declarou que “o 
Concílio de Nicéia deu origem à crença em três deuses. A crença na trindade de pessoas 
Divinas não teve origem na Bíblia, mas no Concílio ou Sínodo de Nicéia, o primeiro concílio 
ecumênico da história, no qual participaram 318 bispos, no ano 325 da era cristã”.
1
Suas considerações acerca do encontro chegam ao ponto de sustentar que “a 
formulação do dogma contra Ário marcou oficialmente o surgimento da Besta do 
Apocalipse”.
2
Tal afirmação destoa fortemente de todas as interpretações do adventismo 
histórico,
3
inclusive de Ellen White,
4
que viam nesta besta uma alusão não a Constantino, 
mas ao papado, especialmente a partir do quarto século. 
Embora com Constantino a Igreja enfrente um profundo processo de apostasia, é 
importante lembrar que as nuances proféticas de Apocalipse 13 aludem a um período 
posterior que se inicia com a supremacia papal e o início dos 1.260 anos em 538 d.C. 
Constantino não foi um papa. Mesmo que tenha agido como líder da Igreja nalgum momento, 
nunca arvorou para si o título de Pontifex Maximus do cristianismo. Ademais, o bispo de 
Roma não possuía no quarto século o poder político-absolutista que faria do papado a maior 
autoridade no mundo ocidental. Logo, seria estranho vincular Constantino à imagem da 
Besta de Apocalipse 13.
5Munido da referência a um site que promove o ateísmo, outro escritor que se 
denomina “irmão X” também se valeu da contundente afirmação de que “com Constantino 
começa a criação da Trindade”.
6
Ele ainda acrescenta que o voto dos bispos a favor da 
posição trinitariana se deu por pressão do imperador, que precisava do respaldo conciliar. 
Ora, o estranho é que Constantino não se valia de “votos” para fazer cumprir seus desígnios. 
Apenas expedia um decreto (como o fez no edito de Milão e no decreto dominical) e todos se 
sujeitavam. Por que, então, no caso da Trindade, dependeria do apoio episcopal da Igreja? 
Bastava-lhe um anúncio imperial e o dogma estaria oficializado. Esta questão não parece ter 
sido avaliada por nenhum dos artigos até agora apresentados. 
Seguindo no mesmo viés de Meier e do “irmão X”, Ricardo Nicotra também advoga 
que este período de “paganização” [sic] do cristianismo foi o berço da trindade, e ainda 
acentua que é “importante lembrar que o Concílio de Nicéia não estabeleceu apenas os 
fundamentos para a doutrina da Trindade. Outras decisões foram tomadas pelos bispos da 
igreja católica em 325.”
7
Estas decisões, conforme exemplifica o autor, envolviam a 
transferência do dia de descanso semanal do sábado para o domingo. 
Embora este último autor, citando uma fonte da Internet (Wikipedia), cometa um erro 
de natureza histórica ao vincular o domingo a Nicéia – pois é sabido que o decreto dominical 
de Constantino data de quatro anos antes do Concílio (321 d.C.)
8
– sua conclusão deve ser 
analisada para ser bem compreendida. Para ele, uma vez que Constantino convocou a 
reunião, conclui-se que o mesmo homem que promulgou a primeira lei dominical foi o “pai do 
dogma da Trindade”. Isto, é claro, deduzindo como certa a idéia de que tal doutrina teria seu 
início em Nicéia. Se for assim, a crença em um Deus Triúno seria tão herética quanto a 
guarda do domingo, pois viriam da mesma fonte apóstata. 
O objetivo, portanto, deste artigo é avaliar a procedência histórica de tal afirmação. 
Ou seja, seria a Trindade um dogma de Constantino? Suas origens se devem ao Concílio de 
Nicéia? 
Para responder a estas perguntas, é necessário que recorramos aos escritos dos 
primeiros pensadores cristãos que viveram entre o segundo e o terceiro século, isto é, 
imediatamente depois do período apostólico e antes do Concílio. A lógica é simples: se o 
argumento antitrinitariano estiver certo, ou seja, se a Trindade é mesmo uma doutrina 
constantiniana, não devemos encontrar neste período inicial nenhuma defesa à idéia de um 
Deus Triúno. Pelo contrário, o ensinamento da época deverá ser bem diferente, afirmando 
que Cristo é apenas um segundo ser existente depois do Pai, e o Espírito Santo uma
emanação impessoal de ambos. 
Em seguida a este excurso pelos Pais da Igreja, apresentaremos brevemente uma 
análise dos elementos que motivaram o Sínodo Niceno. É importante verificar qual a real 
atuação de Constantino em todo o processo. Ademais, um balanço desapaixonado do 
evento revelará que conseqüências, de fato, Nicéia trouxe para a Igreja, pois, pelo que se 
percebe nalguns autores, há a tendência de se atribuir ao encontro elementos de apostasia 
que não fizeram parte de sua pauta.
9
Não se trata, portanto, de um artigo bíblico-exegético, mas de uma pesquisa de 
cunho histórico. Logo, não se deve estranhar a ausência de textos bíblicos neste estudo. As 
bases bíblicas da Trindade são apresentadas noutros artigos e se mostram excelentes. A 
discordância de alguns não autoriza concluir que tais bases não existam. Afinal, muitos 
também negam a validade do sábado no Novo Testamento, embora os adventistas há mais 
de um século venham evidenciando a solidez bíblica deste ensinamento. 
2Pais da Igreja 
Em relação ao recurso que se faz aos Pais da Igreja que viveram antes de Nicéia,
10
percebe-se que existe uma aproximação por demais piedosa por parte de autores católicos e 
outra mais cautelosa por parte de autores protestantes. É que o catolicismo sempre aceitou a 
tradição pós-bíblica como legítima fonte de doutrinas,
11
o que eleva os Pais da Igreja à 
categoria de “ autores inspirados”, cuja função norte-adora era a mesma atribuída aos 
escritores bíblicos.
12
Já o protestantismo com seu ideal de sola scriptura preferiu ver nos 
escritos dos Pais apenas uma loca probantia da teologia sistemática, ou seja, estudá-los 
como testemunhas históricas do comportamento progressivo de uma doutrina através dos 
tempos e não como fonte autoritativa de uma crença.
13
Com estes elementos em mente, é importante desdobrar alguns esclarecimentos em 
relação às citações patrísticas que, a seguir, serão feitas. Uma abordagem adventista destes 
escritores compreenderá que: 
1) Os Pais da Igreja testemunham o modo como o cristianismo primitivo, antes de 
sofrer qualquer influência do catolicismo medieval, entendia certas passagens das Escrituras. 
Assim, podem oferecer uma visão mais desanuviada das doutrinas apostólicas, pois alguns 
deles, como Clemente de Roma e Policarpo, conheceram pessoalmente os apóstolos e 
receberam aprovação destes como líderes da Igreja. 
2) Embora não se possa dizer que houvesse uma perfeita “unanimidade de 
pensamento” neste período, é possível afirmar que eles já tinham bem nítida a diferença 
entre ensino apostólico (ortodoxia)
14
e os movimentos heréticos, especialmente aqueles 
oriundos de Marcion e do gnosticismo.
15
Elementos básicos da fé como a filiação divina de 
Cristo, sua encarnação, o juízo final e outros já estavam firmemente estabelecidos desde os 
tempos antigos. 
3) Devido ao caráter historicamente inicial de seus tratados, é importante que o leitor 
não busque em seus argumentos a nomenclatura teológica própria dos tempos pós-nicenos. 
Termos que mais tarde passaram a ser técnicos na teologia não possuíam ainda aquele 
tratamento unânime e cuidadoso que se exigirá de um tratado teológico contemporâneo. 
Hypostasis, por exemplo, era um termo usado por alguns escritores para referir-se à pessoa, 
enquanto outros o empregavam como sinônimo de substância.
16
O mesmo se dá com seus 
conceitos que por estarem numa sistematização inicial não abarcarão todos os detalhes de 
uma discussão que lhes é posterior. 
4) A despeito de seu grande valor testemunhal, os Pais da Igreja não devem ser 
usados como fonte de doutrina. Na verdade nenhum deles reclamou para si inspiração divina 
ou se declarou profeta. A fonte básica e única da fé cristã era e continua sendo a Bíblia. 
Quaisquer escritos posteriores servirão apenas para facilitar a compreensão do que está no 
Santo Livro e não para produzir novas crenças. 
5) O valor testemunhal destes escritores está representado profeticamente na carta 
apocalíptica à Igreja de Esmirna (Ap 2:8-11), pois foi neste período que eles viveram. Note 
que nenhuma repreensão é apresentada em relação aos cristãos daquele tempo. Pelo 
contrário, sua fé é elogiada com muito vigor, pois muitos deles tiveram que assinar seu 
testemunho com o próprio sangue de seu martírio. 
6) É importante repetir que o proposto neste artigo não é endossar indiscriminadamente toda doutrina dos Pais da Igreja, mas verificar, pelo seu testemunho, se a 
Trindade era crida na Igreja pré-nicena ou se, como dizem alguns, seria fruto apenas do 
Concílio ocorrido no quarto século. 
3Trindade antes de Nicéia 
USO DO TERMO “TRINDADE”
Uma verificação no index geral da Ante-Nicene Fathers e da Sources Chrétiennes
17
que formam a coleção de todos os escritores cristãos mais antigos (inclusive os anteriores a 
Nicéia) nos mostra que muito antes do Concílio, a crença na Trindade já havia sido 
sistematizada entre os cristãos. Aliás, o próprio termo latino “Trindade” foi usado em 212 d.C. 
por Tertuliano, 113 anos antes de Nicéia! Falando da Igreja de Deus, ele menciona o Espírito 
“no qual está a Trindade de uma Divindade: Pai, Filho e Espírito Santo” (in quo est trinitas 
unius diuinitatis, Pater et Filius et Spiritus sanctus)
18
A tradução latina da obra de Orígenes também menciona o termo ao considerar que
“o batismo de salvação não está completo a não ser [que seja exercido] pela autoridade da 
excelentíssima Trindade de todos eles, que é constituída do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Assim, temos ajuntado o nome do Espírito Santo ao Deus eterno e ao seu único Filho”.
19
Tal 
comentário torna-se relevante se entendermos que, talvez já nesse tempo, houvesse alguma 
controvérsia quanto à fórmula batismal e a genuinidade de Mateus 28:19. 
Teófilo, escrevendo quase meio século antes de Tertuliano e Orígenes, usa a 
expressão Triados, que certamente seria uma equivalência semântica de trinitas ou seu 
original em grego. Note a comparação poética que ele usa ao relacionar a Trindade ao 
primeiro capítulo de Gênesis: “os três dias que estão antes dos três luminares [da Criação] 
são tipos da Trindade (Triados) de Deus”.
20
Levando-se em consideração que Teófilo fala de “tipos da Trindade”, é razoável supor 
que ele não esteja falando de algo novo ou criando um neologismo. A expressão textual 
supõe o uso de um termo já conhecido entre os leitores. Logo, não seria estranho imaginar 
que o mesmo vocábulo aparecesse em outros escritos do mesmo período que se encontram 
perdidos em nossos dias. 
Assim, retrocede para cerca de um século e meio antes de Nicéia o uso técnico do 
termo Trindade, legitimamente reconhecido na literatura cristã. Mas talvez alguém pergunte: 
por que este termo não aparece na Bíblia? Para responder a esta questão é preciso 
compreender que, a partir do século segundo, o centro missiológico da Igreja transferiu-se 
em definitivo do ambiente judeu-palestino para o mundo greco-romano. O trabalho iniciado 
por Paulo entre os gentios vê-se finalmente estabilizado no ambiente gentílico e começa a 
gravitar em torno de questões que não haviam sido levantadas no ambiente judaico.
A Igreja viu-se, então, obrigada a expressar sua fé de um modo compreensível para
aqueles que não vinham de uma cultura vétero-testamentária, mas tinham seu pensamento 
regido pelos conceitos da filosofia grega. Questões ontológicas antes não sistematizadas 
começaram a invadir os círculos cristãos e, deste modo, os escritores tiveram de cunhar 
termos helenísticos para tornar inteligível a fé do Novo Testamento. Contudo, tal exercício 
não significava de modo nenhum uma apostasia do ensino apostólico. O próprio João usou o 
conceito filosófico do logos para expressar com continuidades e diferenças a doutrina da 
encarnação numa linguagem compreensível aos efésios influenciados pela doutrina de 
Heráclito. 
CONCEITOS PATRÍSTICOS SOBRE A TRINDADE
Clemente de Roma, que viveu no fim do primeiro século, escreveu por volta do ano 
96 uma carta de conforto aos cristãos de Corinto, que estavam sendo perseguidos por 
Domiciano (o mesmo imperador que deportou João para a ilha de Patmos). Ao falar da união 
4da Igreja ele diz: “Não temos nós [todos] um único Deus e um único Cristo? E não há um 
único Espírito da Graça derramado sobre nós?”
21
Embora este não seja um texto de “defesa” 
da Trindade, chama-nos a atenção sua “linguagem trinitariana” que subentende uma idéia 
triúna de Deus. Outros autores são ainda mais claros em sua exposição. 
Inácio († 105 d.C.), que foi o segundo sucessor de Pedro como pastor em Antioquia,
22
também ensinava a doutrina da Trindade. Mártir durante o reinado de Trajano, ele escreveu 
uma epístola aos cristãos da Trália, dizendo-lhes que, a despeito do sofrimento, 
continuassem “em íntima união com Jesus Cristo, o nosso Deus”
23
– o que acentua a idéia 
da divindade de Cristo. Num outro manuscrito, onde uma versão mais longa é preservada, o 
mesmo autor adverte os irmãos contra aqueles que ensinavam doutrinas contrárias à fé dos 
apóstolos. Entre seus ensinos equivocados estaria a idéia de que “o Espírito Santo não 
existe” e que “o Pai, o Filho e o Espírito Santo seriam a mesma pessoa”.
24
Justino, cognominado “o Mártir”, foi outro que escreveu várias apologias em favor do 
Cristianismo e contra a supremacia da filosofia grega. Num de seus textos, concluído por 
volta de 160 d.C., ele diz: “Já que somos considerados ateus, nós admitimos nosso ateísmo 
em relação a estes [vários] tipos de deuses [do politeísmo]. Mas, no que diz respeito ao 
verdadeiro Deus, o Pai da justiça e temperança ..., ao Filho, ... e ao Espírito Profético, 
[saibam que] nós os adoramos e reverenciamos.”
25
Atenágoras, também respondendo à acusação de serem os cristãos chamados de 
ateus por não aceitarem o politeísmo pagão, escreveu em 175 d.C.: “Ora, quem não ficaria 
perplexo em ouvir chamar de ateus pessoas que pregam de Deus o Pai, de Deus o Filho e 
do Espírito Santo e que declaram serem um no poder, mas distintos na ordem?”
26
Noutra 
passagem ele ainda diz: “Os cristãos reconhecem a Deus e a seu Logos. Eles também 
reconhecem o tipo de unicidade que o Filho tem com o Pai e que tipo de comunhão o Pai 
tem com o Filho. Ademais, eles sabem o que é o Espírito e que a unidade é [formada] destes 
três: O Espírito, o Filho e o Pai”.
27
“Nós reconhecemos um Deus, um Filho e um Espírito 
Santo, os quais são unidos na essência.”
28
Ireneu de Lion é outro importante autor deste período. Convertido na adolescência, 
ele foi discípulo de Policarpo que, por sua vez, foi discípulo do apóstolo João. Sua principal 
obra, intitulada Contra heresias, dispõe de cinco volumes e foi escrita por volta de 177 d.C. 
Respondendo às idéias gnósticas de seu tempo, ele toma o cuidado de diferenciar, por 
exemplo, o “fôlego [espírito] de vida” dados às criaturas em geral, do “Espírito Santo”, que é 
Deus habitando com o crente.
29
Explicando ainda que Deus é diferente dos homens, Ireneu fala da Palavra e da 
Sabedoria do Criador como sendo duas pessoas divinas unidas a uma terceira (o Pai) numa 
única divindade.
30
Hipólito (c. 205 d.C.), autor do mais antigo comentário de Daniel de que dispomos, 
disse que “a Terra é movida por estes três: o Pai, o Filho e o Espírito Santo”.
31
Noutra 
passagem, após citar a fórmula batismal em nome do Pai, do Filho e do Espírito, ele
demonstra que já no seu tempo havia os que negavam esta doutrina, pois diz: “qualquer um 
que omitir um destes três, falha em glorificar a Deus de um modo perfeito. Pois é por meio 
desta Trindade (Triados) que o Pai é glorificado.”
32
Sendo o último teólogo de peso a escrever em grego e não em latim, Hipólito merece 
um destaque por ter sido, nas palavras de W. Walker, “um dos primeiros antipapas” da 
história.
33
Ele foi veemente em sua oposição a Calixto, bispo de Roma, que já naqueles idos 
pretendia a centralização do poder. Calixto chegou a disciplinar Hipólito por sua teologia 
acerca do Logos divino, o que demonstra que seus conceitos trinitarianos provinham de sua 
consciência, e não de uma imposição arbitrária do bispo de Roma. 
5Cripriano ( † 250 d.C.), que também cita como válida a fórmula batismal mateana,
34
explicando que “ele [o evangelista] sugere aqui a Trindade, na qual as nações foram
batizadas”.
35
Embora a crítica textual coloque como espúrio o texto de 1 João 5:7,
36
é digno de 
nota que Cipriano parece fazer referência a esta interpolação quando diz: “O Senhor disse: 
‘Eu e o Pai somos um’ e novamente está escrito acerca do pai do Filho e do Espírito Santo: 
‘e estes três são um’”.
37
É claro que tal citação, indireta, não é suficiente para qualificar como 
digna a interpolação da comma joanina. Não obstante, é possível assumir que esta 
interpolação ou parte dela já fosse conhecida pelos pais latinos bem antes de Nicéia.
O que aconteceu em Nicéia? 
ANTECEDENTES TEOLÓGICOS
Por volta de 325 d.C. a igreja estava dividida por uma polêmica teológica iniciada no
Egito. Um grupo liderado por Ário e Eusébio de Nicomédia, ensinava que Cristo era um semideus “semelhante”, porém não totalmente igual, ao Pai. Outro, liderado por Alexandre, exbispo de Ário, e por Atanásio, via nisto uma aproximação muito perigosa com o gnosticismo 
divulgado no Egito. Eles lembravam que a confissão mais antiga dos cristãos dizia que Cristo 
está em pé de igualdade com Pai. Já um terceiro grupo liderado por Eusébio de Cesaréia 
(um adulador de Constantino, segundo Ellen White
38
), via com neutralidade a questão e 
preferia propor com urgência uma declaração que abarcasse os dois lados. 
Para entender as bases do ensino ariano e da preocupação de Atanásio quanto a 
este tipo de abordagem, é importante compreender a sedução intelectual da filosofia grega 
sobre a teologia do quarto século. Ellen White comenta de modo muito apropriado que 
“mesmo antes do estabelecimento do papado, os ensinos filosóficos pagãos haviam 
recebido atenção e exercido influência na igreja”.
39
O que era para ser apenas uma abordagem da fé para o mundo greco-romano 
tornou-se uma sobreposição do helenismo sobre a teologia cristã. Embevecidos pela cultura 
grega, Ário e seus discípulos não conseguiram escapar à sedução da filosofia gnóstica tão 
disseminada entre os alexandrinos. Para estes, o maior problema da existência humana 
estava no dualismo idealizado por Platão e aprofundado por correntes posteriores. Era um 
pressuposto inquestionável acreditar que o espírito (naturalmente bom) e a matéria 
(naturalmente má) jamais coexistiam em sintonia. Se assim o fosse, o primeiro seria 
contaminado pelo último. 
Portanto, o desafio agora era adequar doutrinas judaico-cristãs a este universo de 
idéias que não admitia a matéria como criação direta de um Deus-Espírito, nem a 
encarnação como uma realidade tangível. Se Deus houvesse criado o mundo ou se 
encarnado de verdade, sua divindade estaria seriamente comprometida – pensavam os 
gnósticos. 
Assim, modelos alternativos foram criados para acomodar a doutrina cristã a este 
padrão filosófico. Um destes pode ser visto nos manuscritos coptas (sahidico) encontrados 
por James Bruce, em 1769. Para resolver o problema da existência da matéria que não 
poderia ser atribuída a um Deus-Espírito, eles diziam que o Altíssimo criou um deus menor 
que exerceu o papel de artífice (demiurgo) para a criação do mundo. Assim, a matéria veio à 
existência sem que Deus se contaminasse criando-a diretamente com as mãos. Cristo era 
este artífice que hoje se faz presente no mundo através do espírito (pneuma) que é sua 
energia impessoal. O conhecimento disto (gnosis) é o que salva a humanidade. 
6CONVOCAÇÃO CONCILIAR 
Enquanto o cristianismo apostólico era a democratização do mistério de Deus – 
conceito herdado do judaísmo – o gnosticismo era a sofisticação do mistério, pois o seu 
entendimento não advinha de uma revelação mas da compreensão racional dos iniciados 
que não tinham dificuldades intelectuais para explicá-lo. Para eles, o que fugia à 
compreensão racional não era doutrina de Deus e isso estava causando uma preocupante 
divisão no cristianismo do Egito e de Antioquia (cidade natal de Ário). Por isso, Alexandre e 
Atanásio escreveram cartas a Roma pedindo um encontro que pusesse termo à questão. 
Eusébio e seus seguidores também queriam a todo custo pôr fim à disputa, não 
porque estivessem preocupados com a ortodoxia da doutrina, mas porque temiam que uma 
divisão, àquela altura dos acontecimentos, fizesse a Igreja perder os privilégios que 
Constantino estava promovendo. 
O próprio imperador, ao contrário do que muitos pensam, não tinha interesse algum
em “promulgar” uma doutrina trinitária para a Igreja. Já fizemos menção no início de que, se 
este fosse o seu intento, não precisaria convocar um Concílio para endossar o seu desejo. 
Bastava-lhe repetir o ato de quatro anos antes, quando promulgou o decreto dominical, e 
assinar um edito ordenando a todos que adorassem ao Deus-Triúno. 
Ademais, Constantino nem possuía conhecimento suficiente para se posicionar diante 
da controvérsia que ocupava a teologia grega.
40
Uma carta por ele enviada por meio do 
bispo Hósio de Córdova confirma seu desconhecimento doutrinário a este respeito. Ali ele 
afirma que o problema que os bispos estavam discutindo acerca da natureza de Cristo era 
“uma questão sem proveito”.
41
Foram os próprios bispos que o convenceram a convocar o Concílio para resolver a 
questão e o partido trinitariano de Alexandre era, sem dúvida, o mais fraco de todos. Chega 
a ser um milagre que o texto de Nicéia não tenha favorecido o arianismo porque estes, 
certamente, tinham mais recursos políticos que Atanásio e Alexandre. Tanto o é que, embora 
os arianos fossem derrotados no Concílio, os partidários de Eusébio de Nicomédia 
empreenderam uma verdadeira campanha, após Nicéia, para derrotar Atanásio e restaurar 
Ário ao poder. 
O mais surpreendente é que, protegido pelo imperador, Ário começou, de fato, a 
reconquistar seu poder que perdera e a influenciar a política da igreja. Eusébio, por sua vez, 
convenceu Constantino a enviar Atanásio para o desterro e recolocar Ário em seu lugar 
como bispo de Alexandria – o que quase aconteceu, não fosse o falecimento de Ário na noite 
anterior à cerimônia de sua investidura, em 336 d.C. Assim, o plano era que o imperador 
convocasse um novo Concílio corrigindo Nicéia e desse ganho de causa aos arianos. 
Sob tais circunstâncias, a fé trinitária parecia, se não oficialmente renegada, 
praticamente condenada, principalmente depois que Constantino declarou seu desejo de ser 
batizado por Eusébio de Nicomédia num ritual antitrinitariano. A chamada fé nicena só não 
chegou ao fim, porque Constantino acabou morrendo em 22 de maio de 337, poucos dias 
depois de ser batizado. 
Dois últimos aspectos ainda precisam ser esclarecidos: a grande discussão do 
Concílio de Nicéia não era a Trindade em primeiro lugar, mas a natureza de Cristo em 
relação ao Pai. Foi somente no credo de Atanásio, produzido posteriormente, que o assunto 
“Trindade” apareceu de modo mais claro. Além disto, é importante notar que o credo niceno 
não diz nada quanto ao Espírito Santo ser ou não uma pessoa. A literatura antitrinitária se 
confunde na seqüência histórica apresentando como “Credo Ciceno” o que na verdade seria 
o Credo Niceno-Constantinopolitano de 381, proclamado depois da morte de Constantino.
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7A Confissão Nicena de 325 se apresenta da seguinte maneira: 
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em 
um só Senhor Jesus cristo, o Filho de Deus gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância 
do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, de 
uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e 
as que estão na Terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, e se encarnou 
e se fez homem e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir e 
no Espírito Santo. 
Segue-se a esta confissão os juízos emitidos em relação a alguns ensinos heréticos:
E a quantos dizem: “Ele era quando não era” e “antes de nascer, Ele não era” ou que “foi feito 
do não existente”; bem como a quantos alegam ser o Filho de Deus “de outra substância ou 
essência” ou “feito” ou “mutável” ou “alterável” a todos estes a igreja católica e apostólica 
anatematiza.
43
Conclusão 
Como se vê, a despeito das insatisfações de alguns, prevaleceu em Nicéia a idéia de
formular um texto enxuto, sem muitas explicações e que agradasse ao máximo a todas as 
correntes. Se houve, portanto, uma atmosfera política por detrás do documento conciliar, 
esta foi a da neutralidade – desviar a questão para evitar mais divisões. Constantino, é bom 
lembrar, havia acabado de vencer Licínio na luta pelo poder e sua prioridade era manter o 
império unido. Um cisma no cristianismo não seria bem-vindo naquele contexto. Daí o tom 
neutro sobre um assunto que, em princípio, geraria muitas controvérsias. 
No fim das reuniões, restou aos arianos o incômodo maior, pois, apesar das 
tentativas de neutralidade, o documento acabou ecoando uma antiga tradição apostólica que 
apresentava a Cristo como consubstancial ao Pai. E o mais curioso é que Eusébio e a 
maioria dos arianos assinaram o documento em concórdia com seu conteúdo. Apenas Ário e 
dois amigos se recusaram a fazê-lo. 
O sentido exato destas assinaturas é difícil precisar. Contudo, vê-se como infundada 
a declaração de que Constantino seria o Pai da doutrina trinitária usada para atrair o
politeísmo para a Igreja. Pelo contrário, vinha de Ário e Eusébio a tentativa de trazer uma 
doutrina politeísta para dentro do cristianismo, pois estes apresentavam a Cristo como um 
“segundo” deus, menor que o Pai, mas igualmente divino e que se assemelhava muito ao 
“demiurgo”, ou deus menor do gnosticismo alexandrino. Em Nicéia, em todo o caso, a Igreja 
pelo menos não tentou penetrar o mistério de Deus ou descrevê-lo como o fez Ário imbuído 
pela idéia de transcendência vinda da filosofia grega. Esta foi a verdadeira natureza da 
discussão que de modo nenhum pode ser tomada como a genitora de uma teologia trinitária. 
Referências: 
1. Ennis Meier, “O Concílio de Nicéia, origem da crença em três deuses”. Disponível em 
<http://www.adventistas.com/artigos/html>. Acesso em 13 de janeiro de 2004. 
2. Ennis Meier, “História: como Constantino tornou-se o pai do dogma católico da Trindade”. Disponível em 
<http://www.adventistas.com/artigos/html>. Acesso em 13 de janeiro de 2004. Grifo acrescentado. 
83. Urias Smith, Daniel and Revelation – The Response of History to the Voice of Prophecy A Verse by Verse 
Study of These Important Books of the Bible (Mountain View, CA: Pacific Press, 1918), 558ss.; Stephen N. 
Haskell, The Story of the Seer of Patmos (Nashville, TN: Southern Publishing Association, 1977), 228-230. 
Haskell ainda estabelece o fato de que a Besta papal de Apocalipse 13 é uma institução que deveria surgir 
após a divisão de Roma em dez reinos, o que aconteceu apenas em 476 d.C. 
4. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), 52, 438 e 439. 
5. Sobre a importância da data de 538 d.C. para o entendimento adventista da profecia, ver A. Timm, “A 
Importância das datas de 508 e 538 d.C. para a supremacia papal”, in Parousia (2005:1), 7-18. 
6. Irmão X, “Cristianismo é ridicularizado pelos ateus por causa da crença na Trindade”. Disponível em 
<http://www.arquivoxiasd.com.br/ateu.htm>, acesso em 22 de setembro de 2005. 
7. Ricardo Nicotra, “Eu e o Pai Somos Um” (São Paulo: Ministério Bíblico Cristão, 2004), 89.
8. O decreto dominical constantiniano foi promulgado em março de 321. Seu texto pode ser encontrado no 
Codex Justinianus, Corpus Júris Civilis Codicis Líber 3, tit. 12, parágrafo 3. 
9. Além do já mencionado erro de Nicotra, que atribui ao Concílio a mudança do sábado para o domingo (vide 
nota 7), autores como Dan Brown (autor do best seler O Código Da Vinci) sugerem que foi o Concílio de Nicéia 
que determinou o Cânon escriturístico, de modo que a Bíblia que temos hoje seria composta de acordo com o 
decreto constantiniano e não conforme um real desígnio de Deus. 
10. O título “pais da Igreja” será aqui usado em seu sentido técnico, conforme a adoção dos estudos de 
patrística e não no sentido católico de guardiões absolutos da ortodoxia cristã. 
11. F. Ardusso, “Tradizione”, in: G. Barbaglio, S. Dianich, Nuovo Dizionario di Teologia (Roma: Paoline, 1979), 
1772. 
12. Esta equiparação com a Bíblia não é sempre explícita, na literatura católica, mas é facilmente detectada 
nas entrelinhas do discurso. É que o catolicismo, especialmente aquele posterior ao Vaticano II, parece ter 
compreendido a impopularidade teológica de tal afirmação diante do mundo protestante. A primeira redação 
da Constituição dogmática Dei Verbum, que mantinha ainda a concepção católica de duas fontes de revelação 
(Bíblia e Tradição) recebeu uma severa intervenção do bispo belga De Smedt que convenceu o comitê a 
reformular completamente o texto original. Ele declarou: “Segundo o nosso parecer, o esquema atual falha 
notadamente em seu caráter ecumênico. Ele não representa progresso para o encontro com não católicos, 
mas um empecilho; muito mais: é prejudicial.” Citado por João Batista Libânio, Teologia da Revelação a partir 
da Modernidade (São Paulo: Loyola, 1992), 386. Para uma discussão pré-conciliar sobre esta questão veja: 
Pierre Benoit, L’actualité dês pères de l’Eglise (Neuchâtel: Éditions Delachaux et Niestlé S.A., 1961), 10-15; F. 
Cayré, Patrologie et Histoire de la Theologie (Paris: Desclée & Cie, 1953), 3-7; J. Quasten, Iniciation aux peres 
de l’Eglise (Paris: Ed. Du Cerf, 1955), 4-8. 
13. Reynold Seeberg, Manual de Historia de las Doctrinas (Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 
1967), 1: 29-37; J. N. D. Kelly, Early Christian Doctrines (Londres: A&C Black, 1977), 21-37. 
14. Embora este termo seja tardio (século XV), seu conceito já está presente nos primeiros escritos 
apologéticos do cristianismo. Cf. David W. Bercot, [ed.], A Dictionary of Early Christian Beliefs (Peabody, MA: 
Hendrickson Publishers, 2003), xiii. 
15. Walter Bauer foi o pioneiro a chamar a atenção para a falta de unidade doutrinária nos primeiros séculos 
do cristianismo (Orthodoxy and Heresy in Earliest Christianity, eds. Robert A. Kraft, Gehard Krodel 
[Philadelphia: Fortress Press, 1971]). Mas hoje reconhece-se que, embora seu insight esteja correto, houve um 
exagero em suas conclusões. Ele chega a afirmar que “os hereges eram maioria em relação aos ortodoxos” (p. 
194). A tendência atual, conforme observa J. R. Flora – que fez uma tese sobre o trabalho de Bauer, é que, a 
despeito da diversidade, havia uma unidade de pensamento nalguns pontos centrais que permitia configurar o 
que constituía pensamento cristão ou ensino dissidente. Cf. Jerry Rees Flora, A Critical Analysis of Walter 
Bauer’s Theory of Early Christian Orthodoxy and Heresy, PhD Dissertation (Louisville: Southern Baptist 
Theological Seminary, 1972). 
16. Compare, por exemplo, o uso do termo em Dionísio de Alexandria (Fragmentos extensos V, 15) e Dionísio 
de Roma (Contra os sabelianos 1). 
17. A. Roberts., e J. Donaldson, [eds] Ante-Nicene Fathers (New York: Charles Scribner’s Sons, 1913), esta 
coleção antiga traz uma tradução em inglês dos textos patrísticos. H. Lubac, J. Danielou, et. alli, Sources 
9Chrétiennes (Paris: les édition du Cerf, 1941), esta é a mais importante coleção de textos dos Pais da Igreja. 
Ela traz o texto original em grego, latim, copta etc. ladeado de uma tradução para o francês. Além disto 
apresenta as variantes que possam existir entre um e outro manuscrito. Salvo indicações em contrário, vamos 
seguir aqui a numeração da Ante Nicene Fathers. 
18. Tertuliano, Sobre a Modéstia, XXI. 
19. Orígenes, Dos Princípios, I, 3,2. O original grego perdeu-se; o que nos resta são pequenas citações e uma 
tradução latina feita por Rufino. Assim, é possível que Orígenes tenha utilizado o termo TriadoV que veremos 
nos textos de Teófilo de Antioquia. 
20. Teófilo, A Autólico, XV 
21. Clemente, I Epístola aos Coríntios, XLVI. 
22. Eusébio de Cesaréia, História Eclesiástica, III, 36, 5-11. 
23. Inácio, Epístola aos Tralianos, VII, (recensão curta). 
24. Idem, (recensão longa). Para uma revisão bibliográfica do debate acerca das recensões textuais de Inácio, 
com acentuada defesa da recensão longa, veja Ch. Monier, Où en est la question d’Ignace d’Antioche? Bilan 
d’un siècle de recherches 1870-1988, in Aufstieg und Niedergang der römischen Welt [Hildergard Temporini e 
W. Haase, organizadores] (Berlim e Nova Iorque: Walter de Gruyter & Co., 1993), II. 27.1, 359-484. 
25. Justino, I Apologia, VI.
26. Atenágoras, Súplica pelos Cristãos, X. 
27. Idem, XI. 
28. Idem, XXIII 
29. Ireneu, Contra Heresias, V, XI, 2 
30. Idem, IV, XX, 2 e 3. 
31. Hipólito: Fragmentos de Comentários, 10 (ANF, vol. V, 174.) 
32. Hipólito, Contra Noeto, 14. 
33. W. Walker, História da Igreja Cristã (Rio de Janeiro: JUERP/ASTE, 1980), 105. 
34. Cipriano, Epístolas, LXXII, 5. 
35. Idem. 
36. Bárbara Aland, et. alli., [eds], The Greek New Testament, Forth Revised Edition (Stutgart: Deutsche 
Bibelgesellschaft /United Bible Societies, 2001), 819. 
37. Cipriano, Tratados, I, 6 
38. E. G. White, Ibid., p. 580. 
39. Idem, p. 56. 
40. Bernard Lohse, A Fé Cristã Através dos Tempos (São Leopoldo, RS: Sinodal, 1981), 57. 
41. Uma reprodução da carta de Constantino pode ser encontrada em Eusébio de Cesaréia, Vida de 
Constantino, II, 64-72. 
42. Um exemplo está no livro de Ricardo Nicotra, 88. 
43. O texto original em grego com uma antiga versão latina encontra-se em Henrique Dezinger e Clemente 
Bannwart, Enchiridion Symbolorum – definitionum et declarationum de rebus fidei et morum Friburgo: Herder 
and Co., 1922, , p. 29 [credo 54]. 
Fonte: Parousia, ano 4, nº 2 (2º semestre de 2005), p. 31-39.

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