domingo, 17 de fevereiro de 2013

Chuvas de Meteoros no Paraná


No último fim de semana ocorreu um fenômeno conhecido como “Leonídeos”. Leonídeos são uma “chuva de estrelas cadentes” ou, numa linguagem astronômica, uma “chuva de meteoros”, explica Miguel Fernando Moreno, astrônomo amador e presidente do Gedal (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina).
Os meteoros, popularmente conhecidos como “estrelas cadentes” ou “estrela fugaz”, ocorrem em virtude da queima de pequenos fragmentos, em geral restos de cometas, que adentram à atmosfera terrestre a altíssimas velocidades. Desta forma, o atrito do pequeno corpo (do tamanho de um grão de feijão a uma azeitona na maioria das vezes) aquece-o de tal forma que acaba por incendiá-lo. A este fenômeno chamamos de “meteoro” e, ao corpo que o causa, de “meteoróide”. Assim, quando um meteoróide penetra na atmosfera terrestre, provoca um belo fenômeno luminoso, o meteoro. “Caso esta partícula chegue ao solo, a chamamos de meteorito”, completa Moreno.
Fedinando Zapparoli, físico do Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina e vice-presidente do Gedal, afirma que, “numa noite “comum”, observamos, em média, não mais que dez meteoros. Porém, quando temos uma “chuva de meteoros”, esta taxa pode se elevar a dezenas ou centenas de meteoros por hora”.
O nome Leonídeos decorre do fato de que os meteoros que observamos nesta ocasião surgem no firmamento na constelação de Leão. Estas partículas da poeira cósmica são restos de um cometa chamado Tempel-Tuttle, descoberto na virada dos anos 1865 e 1866. Anualmente, em meados de novembro, a Terra cruza este “rastro” e um grande número destas partículas acaba sendo consumido pelo calor gerado pelo atrito com a atmosfera terrestre, que ocorre a uma velocidade de cerca de 70 km/s, ou mais de 250 mil km/h!
Leonídeos são a mais importante chuva de meteoros. Sua descoberta se deu em 1799, pelo cientista alemão Alexander Humboldt, quando de sua viagem pela Venezuela.
A intensidade desta chuva de meteoros já atingiu volumes elevadíssimos. Miguel Moreno explica que, na noite de 12 de novembro de 1833, na cidade de Boston, EUA, a quantidade de meteoros foi tamanha que os moradores despertaram dentro de suas casas em virtude dos fortes e constantes “clarões” gerados pela queima das partículas na atmosfera terrestre. Relatos da época contam de um bólido (meteoro muito brilhante) que teria o tamanho da Lua! Ao se referir a esta data, acostumou-se dizer que foi “a noite em que as estrelas caíram sobre o Alabama”, com uma taxa de Leonídeos que atingiu cerca de 35 mil meteoros por hora.
Em 1966, em Kitt Peach, Arizona, EUA, registrou-se a maior taxa já registrada de uma chuva de meteoros: 140 meteoros por segundo, ou seja, 504 mil por hora, complementa Zapparoli.
Embora sejam inofensivos aos seres humanos, já que as partículas se incineram na entrada da atmosfera, para os satélites e outros veículos espaciais esta verdadeira “munição cósmica” pode significar um grande perigo. Deslocando-se a altíssimas velocidades, estes pequenos fragmentos podem se chocar com satélites em órbita da Terra, que ficam acima dos limites da atmosfera terrestre, vindo a danificar e, até mesmo, inutilizar estes equipamentos. A Nasa, por exemplo, durante as atividades dos Leonídeos, não envia naves para missões no espaço.
Este ano, o fenômeno Leonídeos foi causado pela “poeira” desprendida do cometa Tempel-Tuttle durante sua passagem pelo periélio (proximidades do Sol) de 1932.


Fonte: http://www.parana-online.com.br/

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