No último fim
de semana ocorreu um fenômeno conhecido como Leonídeos. Leonídeos são uma chuva
de estrelas cadentes ou, numa linguagem astronômica, uma chuva de meteoros,
explica Miguel Fernando Moreno, astrônomo amador e presidente do Gedal (Grupo
de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina).
Os meteoros,
popularmente conhecidos como estrelas cadentes ou estrela fugaz, ocorrem em
virtude da queima de pequenos fragmentos, em geral restos de cometas, que
adentram à atmosfera terrestre a altíssimas velocidades. Desta forma, o atrito
do pequeno corpo (do tamanho de um grão de feijão a uma azeitona na maioria das
vezes) aquece-o de tal forma que acaba por incendiá-lo. A este fenômeno
chamamos de meteoro e, ao corpo que o causa, de meteoróide. Assim, quando
um meteoróide penetra na atmosfera terrestre, provoca um belo fenômeno
luminoso, o meteoro. Caso esta partícula chegue ao solo, a chamamos de
meteorito, completa Moreno.
Fedinando
Zapparoli, físico do Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina e
vice-presidente do Gedal, afirma que, numa noite comum, observamos, em média,
não mais que dez meteoros. Porém, quando temos uma chuva de meteoros, esta
taxa pode se elevar a dezenas ou centenas de meteoros por hora.
O nome
Leonídeos decorre do fato de que os meteoros que observamos nesta ocasião
surgem no firmamento na constelação de Leão. Estas partículas da poeira cósmica
são restos de um cometa chamado Tempel-Tuttle, descoberto na virada dos anos
1865 e 1866. Anualmente, em meados de novembro, a Terra cruza este rastro e
um grande número destas partículas acaba sendo consumido pelo calor gerado pelo
atrito com a atmosfera terrestre, que ocorre a uma velocidade de cerca de 70
km/s, ou mais de 250 mil km/h!
Leonídeos são
a mais importante chuva de meteoros. Sua descoberta se deu em 1799, pelo
cientista alemão Alexander Humboldt, quando de sua viagem pela Venezuela.
A intensidade
desta chuva de meteoros já atingiu volumes elevadíssimos. Miguel Moreno explica
que, na noite de 12 de novembro de 1833, na cidade de Boston, EUA, a quantidade
de meteoros foi tamanha que os moradores despertaram dentro de suas casas em
virtude dos fortes e constantes clarões gerados pela queima das partículas na
atmosfera terrestre. Relatos da época contam de um bólido (meteoro muito
brilhante) que teria o tamanho da Lua! Ao se referir a esta data, acostumou-se
dizer que foi a noite em que as estrelas caíram sobre o Alabama, com uma taxa
de Leonídeos que atingiu cerca de 35 mil meteoros por hora.
Em 1966, em
Kitt Peach, Arizona, EUA, registrou-se a maior taxa já registrada de uma chuva
de meteoros: 140 meteoros por segundo, ou seja, 504 mil por hora, complementa
Zapparoli.
Embora sejam
inofensivos aos seres humanos, já que as partículas se incineram na entrada da
atmosfera, para os satélites e outros veículos espaciais esta verdadeira munição
cósmica pode significar um grande perigo. Deslocando-se a altíssimas
velocidades, estes pequenos fragmentos podem se chocar com satélites em órbita
da Terra, que ficam acima dos limites da atmosfera terrestre, vindo a danificar
e, até mesmo, inutilizar estes equipamentos. A Nasa, por exemplo, durante as
atividades dos Leonídeos, não envia naves para missões no espaço.
Este ano, o
fenômeno Leonídeos foi causado pela poeira desprendida do cometa
Tempel-Tuttle durante sua passagem pelo
periélio (proximidades do Sol) de 1932.
Fonte: http://www.parana-online.com.br/
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