sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A Certeza da Salvação - Parte 1




Se um pastor perguntasse do púlpito:                                   Sim ( )
Tem você a certeza da salvação? Qual seria sua resposta? Não ( )
                       Diante da situação acima descrita, três procedimentos distintos poderiam ser observados numa congregação: 1. Poucos levantariam a mão confirmando sua plena certeza; 2. Alguns, ao analisar sua claudicante vida religiosa, teriam coragem de confessar que não tem certeza; 3. Um terceiro grupo hesitante, cheio de dúvidas, não se posicionaria nem de um lado nem de outros.
                      Trata-se, realmente, de um assunto delicado. Se por lado há alguns textos que dão ênfase à certeza presente da salvação, por outro há aqueles que parecem questionar tal certeza. Há pouco tempo um irmão me pediu que explicasse a seguinte declaração de Ellen G. White: “Não se deve ensinar aos que aceitam o salvador, conquanto sincera sua conversão, que digam ou sintam que estão salvos. Isto é enganoso. Devem-se ensinar cada pessoa a acariciar esperança e fé; mas, mesmo quando nos entregamos a Cristo e sabemos que Ele nos aceita não estamos fora do alcance da tentação”. Parábolas de Jesus, pág. 155.
                       Outra declaração semelhante do Espírito de Profecia deveria ser citada: “Jamais devemos repousar num estado de satisfação, e deixar de fazer progresso, dizendo: ‘Estou salvo’. Se é entretida esta idéia, deixam de existir os motivos para a vigilância, a oração, o esforço sincero em seguir para frente, rumo de consecuções mais elevadas”. – Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 314.

                       Existe base segura para uma solução convincente?
                       Antes de qualquer resposta, será útil fixar bem este princípio exegético: Nenhum verso da Bíblia ou declaração do Espírito de Profecia devem ser explicados fora do contexto.
          
                       Os dois trechos da pena inspirada acima citados, embora pareçam decisivos, só poderão ser bem compreendidos se estudados dentro do contexto e comparados com tudo o que Ellen G. White escreveu sobre a salvação.
                       É fácil observar que a citação de Parábolas de Jesus aparece no capítulo chamado “Um sinal de Grandeza”, onde são mencionados os contraditórios adoradores o publicano e o fariseu. A confiança própria do fariseu se assemelhava à jactância de Pedro “Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!” Marcos 14.29. O contexto de Mensagens Escolhidas é claro em mostrar o perigo da confiança própria, os que “repousam num estado de satisfação e deixam de fazer progresso”.
                       Nos dois trechos há uma clara condenação à doutrina Calvinista, muito defendida hoje ainda por alguns grupos evangélicos de que “Uma vez salvo, salvo para sempre”. Ao escrever estas declarações, a Sra. White não estava afirmando que havia qualquer virtude na insegurança, mas apenas se referindo aqueles que criam que, uma vez salvos, nada os poderia afastar desta posição.
                       É oportuna, para elucidar este assunto, a citação da nota da Lição da Escola Sabatina do dia 23.04.1986: “Precisamos evitar os dois erros geminados de negar a certeza e de ter falsa segurança... Negar a certeza é negar a realidade das promessas de Deus. Mas, o erro oposto é ter a falsa certeza por vezes expressa deste modo: Uma vez salvo, salvo para sempre”.
                       A certeza da Salvação nos pertence estando em Cristo, baseados na fidelidade das promessas de Deus, mas se escudada na fragilidade da confiança própria e nos falhos propósitos humanos, deve ser condenada com veemência, como fez Ellen G. White no caso de Pedro. Em outras palavras, enquanto mantivermos nossa ligação com Cristo, temos a certeza de Sua Salvação (João 10.29). Porém, se dEle nos afastarmos, não existe nenhuma certeza como nos indica Hebreus 6.4 a 6.
                       Como Igreja, defendemos a certeza da Salvação, mas para nós ela não tem o mesmo significado da expressão: “Uma vez salvo sempre salvo”.

                                              Plena Certeza

                                                        Alguns textos bíblicos comprovadores da certeza da salvação são os seguintes:
                       1. Jó 9.25 e 26: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a Terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus”.
                          2. Salmo 23.6: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todos sempre”.
                          3. Isaías 45.22: “Olhai para Mim, e sede salvos, vós, todos os termos da Terra, porque Eu sou Deus, e não há outro”.
                          4. João 5.24: “verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a Minha palavra e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna”.
                          5. João 10.28: “Eu lhes dou a vida eterna; jamais parecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da Minha mão”.
                          6. Atos 16.30 e 31: “Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e tua casa”. A resposta de Paulo e Silas à pergunta do carcereiro indica absoluta certeza na salvação que Cristo nos proporciona.
                          7. Romanos 8.16: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.
                          8. II Coríntios 1.22 e 5.5 nos afirmam que Deus nos outorga o penhor do Espírito. A palavra grega para penhor é arrabon [Promessa – garantia legal], significando no grego clássico o dinheiro pago com entrada ou primeira prestação para realizar um negócio. Tornou-se uma promessa ou garantia legal, que o devedor pagaria o restante. De modo idêntico ao nos convertermos, recebemos de Deus a dádiva do Espírito Santo como o penhor, a garantia, convicção, de que Deus com toda a certeza, no futuro, nos concederá nossa herança.
                          9. Efésios 2.8: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”.
                          10. II Timóteo 1.12: “Porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”.
                          11. Hebreus 11.1: “ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam a convicção de fatos que se não vêem”.

                          Outros trechos bíblicos poderiam se alistados, mas os onze citados são suficientes para desfazer qualquer dúvida que paire na mente de alguém.

Autor: Pedro Apolinário
Ex-Professor: Instituto Adventista de Ensino
Livro: Pesquisa Serôdia – págs. 11 a 15.
      
                    

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